ENEM: seis leituras fundamentais para melhorar suas chances
Uma das disciplinas mais relevantes nos processos seletivos para instituições de ensino superior é a literatura. Apesar de o ENEM não apresentar diretamente as obras que serão mencionadas ou exigidas na prova, os especialistas e professores reconheceram a importância de os estudantes saberem quais são os principais livros solicitados. As obras recomendadas geralmente abordam assuntos relevantes como sociedade, política e questões sociais e humanas. Elas também apresentam estilos literários diversos, oferecendo uma ampla variedade de experiências de leitura. No blog de hoje, traremos detalhes sobre algumas delas.
Hora da Estrela (1977)
Escrito por Clarice Lispector, faz parte do movimento literário denominado “Pós-Modernismo” ou “Literatura Contemporânea”. O livro foi lançado em 1977, já dentro do contexto da literatura brasileira pós-1960. Nesse período, surgiram novas abordagens estéticas e temáticas na literatura nacional, rompendo com as estruturas convencionais e explorando questões existenciais, subjetivas e introspectivas.
É considerado uma das obras mais emblemáticas desse momento, apresentando uma narrativa fragmentada e reflexiva, explorando a condição humana, a solidão e a marginalização social. A trama retrata a história da datilógrafa alagoana, Macabéa, que se muda para o Rio de Janeiro.
Quarto de Despejo (1960)
Escrito por Carolina Maria de Jesus, é um diário autobiográfico que relata a vida de uma mulher negra e residente de uma comunidade carente em São Paulo. A obra aborda de maneira crua e realista a pobreza, a escassez de alimentos, a discriminação racial e os desafios enfrentados por Carolina.
“Quarto de Despejo” é reconhecido como um marco na literatura brasileira devido à sua autenticidade e denúncia social, representando uma voz marginalizada e expondo a realidade das camadas mais desfavorecidas da sociedade. Embora não se encaixe em um período literário definido formalmente, a obra é uma contribuição importante para a literatura marginal. O movimento é caracterizado pela produção de obras literárias por escritores que vivem à margem da sociedade, frequentemente em condições de vulnerabilidade social e econômica, e representa de maneira poderosa as vozes e vivências das periferias brasileiras.
O Cortiço (1890)
Romance naturalista do autor brasileiro Aluísio Azevedo, denuncia a exploração e as péssimas condições de vida dos habitantes das pensões ou dos edifícios coletivos cariocas do final do século XIX.
A obra pertence ao período literário conhecido como “Naturalismo”. Publicado em 1890, o livro faz parte do movimento literário que teve grande destaque no final do século XIX e início do século XX no Brasil. A obra aborda a luta pela sobrevivência, a pobreza, as paixões e os conflitos sociais, buscando retratar a realidade brasileira da época.
A Carteira (1884)
Publicado por Machado de Assis de forma avulsa e, posteriormente, no jornal A Estação, em 1884.
“A Carteira” aborda a história de Honório, um homem de meia-idade que encontra uma carteira perdida e se depara com um dilema moral entre quitar uma dívida ou manter sua consciência tranquila.
O conto explora as características do Realismo, como a observação minuciosa da sociedade, as nuances psicológicas dos personagens e a reflexão sobre questões éticas e morais. Assim, se insere no contexto do Realismo brasileiro, contribuindo para a representação fiel da realidade e para a análise crítica dos comportamentos humanos.
O Ateneu (1888)
Romance do escritor brasileiro Raul Pompeia, considerado como o único exemplo de romance impressionista na literatura brasileira. Publicado em 1888, o livro é considerado um dos principais romances do Realismo no Brasil.
A história se passa em um colégio interno chamado Ateneu, onde o protagonista Sérgio narra suas experiências e vivências durante sua estadia na instituição. O livro aborda temas como a formação do caráter, as relações de poder, a descoberta da sexualidade e as tensões sociais.
Apresenta uma narrativa minuciosa e detalhada, com uma prosa realista que descreve com precisão os ambientes, as relações entre os personagens e as reflexões do protagonista. Raul Pompeia retrata de forma crítica a educação rígida e opressiva, assim como as contradições e hipocrisias presentes na sociedade da época.
Grande Sertão Veredas (1956)
Romance experimental modernista escrito pelo autor brasileiro João Guimarães Rosa e publicado pela Livraria José Olympio Editora em 1956.
A história se passa nas planícies de Minas Gerais, e o narrador é um jagunço chamado Riobaldo. A narrativa é complexa e densa, explorando temas como a vida nas planícies, a violência, a religiosidade popular e as questões existenciais.
O enredo gira em torno das aventuras de Riobaldo, suas reflexões filosóficas e sua relação com o jagunço Diadorim, que se torna seu grande amigo e paixão. O autor cria um universo literário rico, utilizando recursos como o neologismo, as expressões regionais e a oralidade para retratar a complexidade da vida nas planícies e as nuances da mente humana.