A Unifacear, em cooperação com a IonycLeaf, anunciou uma parceria estratégica que visa impulsionar a pesquisa e o desenvolvimento de novas tecnologias em baterias. Como parte desse acordo, foi disponibilizado um laboratório para Rodrigo Fagundes, ex-aluno da instituição, para a criação de um protótipo de bateria de íons de sódio.
As baterias de íons de sódio representam uma alternativa promissora e econômica às baterias de íons de lítio. Embora funcionem de maneira semelhante, essas baterias utilizam íons de sódio para armazenar e liberar energia elétrica. A estrutura básica dessas baterias inclui dois eletrodos principais: o cátodo (eletrodo positivo) e o ânodo (eletrodo negativo). O cátodo é geralmente feito de materiais contendo sódio, como o fosfato de ferro-sódio (NaFePO4), enquanto o ânodo é comumente composto de carbono, como grafite ou carvão ativado. Entre esses eletrodos, há um eletrólito que permite a condução de íons de sódio e um separador que impede o contato direto entre o cátodo e o ânodo, prevenindo curtos-circuitos.
O funcionamento das baterias de íons de sódio se baseia nos processos de carga e descarga. Durante a carga, os íons de sódio são liberados do cátodo e viajam pelo eletrólito até o ânodo, enquanto os elétrons percorrem um circuito externo, gerando uma corrente elétrica. No ânodo, os íons de sódio se intercalam nas camadas de carbono, armazenando energia. Durante a descarga, o processo é inverso: os íons de sódio retornam ao cátodo, liberando energia para o dispositivo conectado.
As vantagens dessas baterias incluem a abundância e o baixo custo do sódio, além de uma maior segurança em comparação com as baterias de íons de lítio, devido ao menor risco de sobreaquecimento e incêndio. Ambientalmente, o uso de materiais mais acessíveis e menos impactantes também é significativo. No entanto, desafios como a menor densidade de energia e a necessidade de melhorias no desempenho cíclico ainda precisam ser superados.
Em entrevista, Rodrigo compartilhou detalhes sobre o desenvolvimento do protótipo. Ele explicou que a ideia de criar baterias surgiu entre 2018 e 2019, durante uma iniciação científica. O novo projeto, especificamente, começou no final do ano passado. Durante esse período, Rodrigo estudou bastante para aplicar seus conhecimentos, pois as baterias de íons de sódio, apesar de funcionarem de forma similar às de lítio, utilizam uma química muito específica.
Rodrigo espera que esse protótipo sirva como uma prova de conceito. Sendo o primeiro protótipo funcional que criaram, será utilizado para adquirir conhecimentos sobre o funcionamento desse tipo de bateria e sobre os materiais utilizados, além de realizar testes de performance e de segurança.
Ele também comentou sobre os principais desafios enfrentados no desenvolvimento do projeto. O primeiro desafio foi trabalhar com um novo tipo de bateria, uma nova química, e entender como ela funciona. O segundo foi adaptar os processos e procedimentos aos equipamentos disponíveis. Construir baterias não é algo simples nem barato, então esse foi um dos principais desafios na criação do protótipo. Rodrigo agradeceu pela oportunidade de compartilhar sua experiência.
A parceria entre a Unifacear e a IonycLeaf promete contribuir significativamente para o avanço das pesquisas em baterias de íons de sódio, oferecendo uma solução mais sustentável e econômica para o armazenamento de energia no futuro.
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