Alunas do último semestre do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário Unifacear, orientadas pelo Prof. Jaisson Estrazulas, realizaram uma pesquisa epidemiológica no município de Araucária visando identificar a prevalência de incontinência urinária em mulheres praticantes de CrossFit.
Sabe-se que 50% da população adulta feminina sofre de incontinência urinária. No entanto, somente uma pequena parcela delas procura ajuda médica. Existem 5 tipos de incontinência urinária: de urgência, de esforço, por regurgitação/extravasamento, funcional e a noturna. A incontinência por esforço está relacionada à prática esportiva de alta intensidade, onde há o aumento da pressão intra-abdominal e uma incapacidade de contenção pela musculatura do assoalho pélvico, causando o escape urinário.
Dentre os exercícios de alta intensidade, o CrossFit vem ganhando destaque pelo aumento de praticantes, os quais buscam a melhoria do condicionamento físico e o ganho de força. Nesta modalidade, são realizados exercícios com movimentos funcionais associados à alta intensidade, tais como saltos e agachamentos. Contudo, como em outras modalidades esportivas, o CrossFit também resulta na mudança repentina da pressão intra-abdominal, sobrecarregando a musculatura pélvica.
Portanto, há a necessidade de se buscar, através da ciência, a compreensão dos mecanismos que envolvem esse tipo de interação entre o esporte e um problema de saúde. Para isso, as alunas Letícia e Raíssa realizaram uma pesquisa epidemiológica visando identificar a prevalência de incontinência urinária em mulheres praticantes de CrossFit no município de Araucária. Esta pesquisa poderá servir como base para futuros estudos que possam realizar intervenções que minimizem os riscos dessas mulheres terem incontinência sem terem que abandonar o esporte, entendendo a importância não só para a saúde, como também para a parte psicossocial que o esporte proporciona.
As pesquisadoras visitaram todas as Boxes de CrossFit da cidade, entrevistando 65 mulheres, tendo encontrado uma prevalência de incontinência de 31%. A maioria destas mulheres apresentou uma perda de urina considerada moderada, a qual impacta na qualidade de vida. Assim como em outras pesquisas pelo mundo, foi observado que há uma associação entre a presença da incontinência e mulheres que tiveram parto normal pelo menos uma vez. Estudos de prevalência de doenças e condições de saúde são importantes para que se possa pensar em prevenção e controle desses agravos, visando a manutenção da promoção da saúde.
Recomenda-se que, se a mulher observar que está tendo perda urinária durante a prática esportiva, ela deve procurar um Fisioterapeuta especialista em Saúde da Mulher para realizar uma avaliação cinesiológica funcional. Esse profissional irá elaborar um plano de tratamento individualizado para a paciente.
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